6.14.2011

Eles falam mas não dizem nada

"É o nosso fado e pode ser também o seu destino"

Consigo imaginar o briefing do cliente..."Façam lá uma coisa anti-crise, que está na moda. Algo que apele ao coração, à portugalidade e que faça parecer que somos os maiores e estamos com os portugueses".

Este banco é português? Não! Que legitimidade tem para nos falar de Fado e pior, usar grosseiramente o duplo sentido da palavra, para nos dizer que o nosso fado pode ser melhor, depende de nós, blablabla e mais um cliché para português ver? Será que vão ter produtos, serviços, taxas e incentivos que ajudem as pessoas de facto a mudar o seu fado para melhor? Provavelmente, nem por isso. Tudo muito bonito, muito bem produzido, muito "posicional", com uma ideia de base que até faria sentido para uma marca bancária nacional, mas... E para quê?

Opiniões valem o que valem. A minha é que esta é mais uma campanha vazia de substância e relevância, que vai passar durante um mês nos intervalos das notícias e da novela e that´s it. Mais uma campanha, onde mais um cliente, usa mal a publicidade, como uma escavadora que levanta areia para os olhos de milhares de pessoas, ao mesmo tempo.

Um banco deveria ser o primeiro a saber que com a crise, não se brinca!

3 comentários:

O Leitor disse...

É natural que a «portugalidade» esteja na moda, a nossa auto-estima está de rastos logo publicitariamente faz sentido, é uma maneira de criar uma ligação com as pessoas. Não acho o anúncio lamechas, assim como tbm não acho que a «portugalidade» seja um monopólio das marcas nacionais. Olhem o exemplo da Coca-Cola, McDonald's, etc que muitas vezes usam códigos de comunicação bem locais. Think global, act local.

Nuno Ferreira Rodrigues disse...

bem o disseste. "think global, act global". O meu principal issue com a campanha, para além da questão "portugalidade", é o facto de esta ser mais uma campanha de cosmética de marca, de blabla, sem "act", sem acção, sem projecto.

Anónimo disse...

Issue em português diz-se...problema.
Act, como bem escreveu, acção.
Se não é inglês, segundo a sua lógica, não tem legitimidade para usar palavras em inglês, quando as há em português :)